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Cristo o Poder de Deus

por T. Austin-Sparks

Capítulo 2 – A Morte de Cristo: O Poder de Deus

Leitura: Efésios 3:4-21; 4:11-13.

Aquilo com o que estamos ocupados nesta hora é resumido e incluído nas palavras “Cristo o poder de Deus” 1 Cor. 1:24. é claro, são palavras muito familiares, tão familiares quanto qualquer uma das passagens do Novo Testamento, mas o conteúdo, plenitude e significado delas nunca tem sido ainda desvendado a nós, e estamos crendo que o Senhor tem algo mais a dizer quanto ao Seu próprio significado nestas palavras: “Cristo o poder de Deus”. Prossigamos imediatamente, sem nenhuma retração adicional de nossos passos por meio de revisão, para olhar enquanto o Senhor nos capacitar no conteúdo de Cristo crucificado como uma realidade interna. O Senhor Jesus (e é aqui onde terminamos nossa última mensagem) tem pelo Espírito Santo sido trazido ao coração, a vida do crente, e Ele entrou em toda a plenitude da obra que Ele realizou em e através da Sua Cruz. É ainda, com efeito, Cristo crucificado como o poder de Deus. Isto é, Cristo em relação a Sua Cruz, e toda a obra de Sua Cruz. Que também é Cristo ressurreto, ascendido, glorificado, exaltado. Estes são apenas aspectos da única Pessoa, em virtude da única Cruz, e tudo isso é reunido em Cristo o poder de Deus, e Cristo como o poder de Deus é manifesto no crente na exteriorização desses aspectos. Sua morte, o poder de Deus em Cristo, Sua ressurreição, o poder de Deus em Cristo; Sua ascensão, o poder de Deus em Cristo; Sua unção, o poder de Deus em Cristo; Sua exaltação à direita da Majestade nas alturas, o poder de Deus em Cristo. Estas são fases, aspectos da única Pessoa no terreno da única obra do Calvário, que são para se tornarem reais no crente por motivo da habitação interior de Cristo. Agora penso que isso é um resumo muito simples do que está diante de nós.

A Morte de Cristo – o Poder de Deus

E então agora imediatamente temos que pensar da morte de Cristo como o poder de Deus. Só quero acrescentar uma passagem àquelas que temos citado, de Lucas 9:30,31, “Então, surgiram dois homens que começaram a conversar com Jesus. Eram Moisés e Elias. Apareceram em glorioso esplendor e falavam da partida de Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém”. Agora, essa palavra “partida”, como provavelmente sua nota de rodapé lhe diz, é a palavra “êxodo” “... e falavam do êxodo de Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém”. E isso dá uma ideia completamente nova quanto à morte do Senhor Jesus. Primeiramente diz que era um caminho – e um sair fora. Um caminho de saída e um sair; e depois diz que era uma realização de Sua parte. Uma realização, algo alcançado, algo que Ele fez, e quando reconhecemos isso ser a natureza da morte de Cristo nós obtemos uma concepção diferente da de simplesmente ser morto ou só ser crucificado pelos homens. Foi Sua saída, foi Sua realização. Quero que você obtenha a imagem disso. Veja Ele encurralado por tudo que as Escrituras nos fazem saber, como as coisas da servidão humana, escravidão do homem, as limitações do homem, a cativação do homem, o pecado, a carne, o poder do mundo. Somente crentes entendem o que isso é: todas as forças das trevas, do inferno, as limitações do espírito, alma e do corpo. Não meramente limitações geográficas, mas a limitação por motivo da natureza e das condições que se obtiveram através da queda, tudo que segura o homem dentro do seu domínio para limitar ele e impedir ele de alcançar o pensamento de Deus para ele, o qual é um grande pensamento, um pensamento maravilhoso, um pensamento vasto. O Senhor Jesus entrou nessas limitações, entrou nesse mundo, aceitou voluntariamente essa servidão, permitiu a Si mesmo, por Sua própria vontade entrar em cada fase e aspecto desse cativeiro (exceto pecado inerente). Não só permitiu a Si mesmo entrar nele e conhecê-lo, mas o atraiu Nele mesmo na Sua Cruz, e depois com todas essas forças de todo tipo, natural e sobrenatural, O fechando, pressionando sobre Ele, cercando Ele em redor como abelhas, Ele rompeu e obteve uma saída, pela Sua morte. De modo que a morte de Cristo foi uma saída de tudo aqui, e essa é a coisa que quero dizer aqui nesta tarde. A morte de Cristo é uma saída, uma saída de tudo aqui. Se isso romper sobre nós como uma revelação seremos pessoas diferentes, haverão grandes mudanças. Vamos dizer outra vez. A morte de Cristo é uma saída de tudo aqui.

Agora, primeiramente, percebemos do juízo que estava sobre tudo aqui? O juízo passou para tudo aqui. Não existe nada em toda esta criação, toda esta esfera da natureza, que não estivesse sob juízo. A morte passou para todos. Essa é a palavra de Deus, e juízo, portanto, recaiu sobre tudo. Recaiu sobre o homem, recaiu sobre o mundo, recaiu sobre a natureza, recaiu sobre a alma e corpo do homem, alma e corpo; juízo universal sobre tudo por causa do pecado. E a morte do Senhor Jesus foi a entrada Dele nesse juízo, e na Sua morte aceitando até o máximo todo o juízo. O juízo tem sido terminado na Pessoa de Cristo pela Sua morte. Todas as ondas e vagas da ira de Deus passaram sobre Ele, e Ele tem portanto deixado o juízo sem mais poder sobrando, pela Sua morte; essa morte foi uma entrada pela qual Ele passou levando o juízo de Deus para o lugar onde não mais juízo existe. E assim Ele fez Seu êxodo, Ele realizou Seu êxodo partindo de um estado representativamente pecaminoso, não de um estado inerentemente pecaminoso, mas um estado representativamente pecaminoso quando Ele foi feito pecado. Partindo de um mundo julgado, um mundo sobre o qual o juízo recaía. Ele realizou a saída do cenário e esfera do juízo Divino, pela morte, saiu dele, e saiu de tudo o mais que estava sob juízo pela morte. Agora é claro, compreensivamente vemos que em Cristo Jesus nós também temos saído de tudo isso. Ter-nos feito sentarmos com Ele nos celestiais inclui tudo isso.

Nós estarmos em Cristo Jesus inclui tudo isso, nossa fé em Cristo faz tudo isso se cumprir para conosco.

Fora da Condenação

Significa, amado, simplesmente que você e eu se estamos em Cristo temos saído pela Sua saída, através de Sua morte, daquilo sobre o qual o juízo recai, e não há mais juízo porque o terreno do juízo tem sido completamente lidado por Ele. De tudo no qual nós nascemos por natureza, sobre o qual o juízo de Deus recaia universalmente, temos escapado em Cristo pela Sua morte. Esse é o grande fato objetivo da morte de Cristo por nós. POR NÓS. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. O juízo é passado para sempre, esgotado Nele. A saída tem se tornado nosso caminho. Sei que isso é quase demasiado elementar para provocar em você alguma nova apreciação, mas esse é um lado, uma realidade abençoadora na qual, eu confio, todos nós estamos nos regozijando. Isso tem sido feito por nós. Há uma saída de toda condenação, de todo juízo, e de todo esse estado de coisas que estava sob juízo, e ainda está sob juízo se não em Cristo. Mas amado, há o outro lado, e essa é a coisa que temos, talvez, mais especialmente e particularmente a olhar nesta hora.

Existe tal coisa como estando em Cristo, como tornando real objetivamente para nós tudo o que [está] Nele, mas depois está o complemento disso, que é Cristo em nós pelo Espírito Santo operando isso experimentalmente, e é justamente aí que começamos nossa vida cristã experimental, o que é verdadeiro Nele tem de se tornar verdadeiro em nós, e que temos que estar “plantados juntamente na semelhança de Sua morte”. A morte foi por nós, agora está o outro lado: “unidos com Ele na semelhança de Sua morte”, de modo que o ensino de Cristo, ou Cristo crucificado, tem de entrar nas nossas vidas e ser forjado em nós pelo Espírito Santo para nos levar para Deus, e essa é a aplicação experimental da Cruz como uma saída para nós.

Fora do Pecado

Como é para nós sermos realmente, experimentalmente libertos do pecado, que é um estado sobre o qual recai juízo? E juízo recai tanto sobre o pecado no crente quanto o faz no descrente. “Se pecamos...” e essa frase não é minha mas é Escritura inspirada através do Apóstolo João, “SE pecamos temos um advogado”. Mas “Se pecamos” admite da possibilidade; o pecado do crente não é menos pecado do que o pecado do descrente, e portanto, não menos sob juízo Divino do que aquele do descrente. Como é para escaparmos, portanto, da escravidão do pecado que nos sujeita ao juízo? Somente pela união na morte com o Senhor Jesus, por um lado apropriada, aceita pela fé, como algo que Ele fez por nós; por outro lado, uma entrada pelo nosso próprio reconhecimento como mortos na Sua morte. E o que tem acontecido na vida do crente pela operação do Espírito Santo? Não é exatamente isto? que Ele, o Espírito, está aplicando a Cruz, ou Cristo crucificado, como um poder, como uma coisa ativa, como uma realidade, aplicando Cristo crucificado a nós no lado pecaminoso de nossa natureza, para os pecados da carne, aplicando essa Cruz para nos libertar, para nos dar a saída.

Existe outra maneira de colocar isto: “Se nós, pelo Espírito, fazemos morrer os feitos do corpo”. Como você faz morrer os feitos da carne? Você não tenta estrangulá-los, e você não tenta derrubá-los para a não existência; você não toma posse deles e luta com eles; se você fizer, você terá o tipo de vida cristã da qual temos falado na nossa primeira mensagem, a qual é uma vida cristã de luta constante, e mais fracasso do que sucesso. O que você faz é entregar ao Espírito, o Espírito Santo, esses feitos da carne para que Ele possa trazer sobre eles o poder de Cristo crucificado. É assim como você faz eles morrerem. Você coopera com o Espírito Santo, você introduz o Espírito Santo, Quem foi a poderosa energia da morte de Cristo, você introduz o Espírito Santo e conta com Ele neste assunto para operar o Calvário sobre esta coisa e esta outra coisa, entregando-o à Cruz no poder do Espírito Santo. Se isso parece difícil e vago, tentemos ficar mais perto disso.

Quando você é confrontado com o fato de algo no seu coração, em sua vida, em sua natureza, que está errado, que você não deveria ser, que em toda honestidade você tem que chamar de pecado, e que tem sido tocado pelo Senhor, e você reconhece que esse juízo está sobre isso até que seja lidado – e todos nós sabemos desse tipo de coisa – quando somos assim confrontados com uma coisa, existem dois cursos a serem adotados. Um é dizer, “Bem vou lutar com essa coisa até que consiga o melhor disso”. Você pode adotar esse curso se você quiser, mas se você toma a experiência da maioria das pessoas você não conseguirá. Essa não é uma linha de operação de muito sucesso, e quando você o tenha controlado num lugar, surgirá em outro. Você precisa de algo mais do que você mesmo para manter isso controlado. Muitas pessoas estão tentado isso. Eles dizem, “percebo que isto é um dos meus fracassos, fraquezas, deficiências, vou parar isso, vou conseguir o melhor disso”. O inimigo pode manter você muito ocupado nessa linha e você nunca terá nada mais do que fazer senão isso, pois se você tiver noventa e nove controlado e há – você pensa – um mais restando, dez milhares mais surgirão e você terá que começar ainda mais para trás. Isso é verdadeiro da experiência.

Outro curso é, “Senhor, essa coisa foi lidada por Você na Cruz. Não há nada que seja possível nesta humanidade caída mas que Você lidou com isso na Cruz, você triunfou sobre isso, Você quebrou seu poder e Você abriu Seu caminho, tendo enfrentado o juízo de Deus sobre isso, e esgotado esse juízo, Você o fez. Agora Você tem dado o Espírito Santo à aqueles que creem, como o Espírito de Sua vitória, do Seu triunfo, da Sua conquista, o Espírito que veio em virtude da Sua obra do Calvário para fazer essa obra do Calvário real no crente. Eu agora, definitivamente, tomando minha posição sobre o terreno de toda a vitória do Calvário, reivindico em Cristo a energia e poder do Espírito Santo para levar isto onde Cristo o levou no Calvário, em sujeição. Não posso fazê-lo, e se pudesse não poderia mantê-lo controlado, mas Você o tem feito e Você pode lidar com isso permanentemente”. Esse é outro curso a tomar. “E Senhor, vendo que Você morreu para isso e saiu dessa mesma coisa, considero a mim mesmo como tendo morto em Sua morte, e saído dessa coisa em Seu êxodo. Reivindico meu êxodo”. Veja, esse é outro curso de ação, e o resultados são muito diferentes. O que tem acontecido? Você não tem meramente entrado na luz de alguma doutrina, você tem entrado no poder de uma Pessoa, e isso faz toda a diferença se você está tentando lidar com coisas doutrinariamente ou no poder da Pessoa. Este assunto está relacionado à Pessoa de Cristo. É Cristo crucificado, Cristo o poder de Deus, o poder de Deus no assunto do pecado. Uma saída e nenhum juízo. Agora você vê que temos começado nos primeiros princípios do Evangelho. Você e eu não somos tão velhos na fé para ainda beneficiarmos por semelhante contemplação. Queremos conhecer mais e mais do que significa para nós esta morte de Cristo.

Antes de darmos o seguinte passo digamos isto. Que enquanto nos dá a gloriosa e alegre esperança da garantia de uma saída, para nosso conforto, nosso consolo, também diz mais enfaticamente que é um caminho para FORA e você não deve ficar dentro. Isto é, você não deve brincar com o pecado. Se supõe que você esteja fora dessa esfera, em Cristo; se supõe que você esteja diretamente fora disso; não brinque com o pecado, não tolere, não jogue com o pecado. Tenha cuidado para que você não entre nessa esfera pelo mais leve contato voluntário. Saia disso o mais longe que puder e se mantenha fora o mais longe possível porque o crente pode se sujeitar ao presente juízo adulterando com o pecado. É uma saída, essa é uma garantia abençoadora para os que a querem. Mas é um caminho para fora, e essa é uma tremenda advertência para os que brincam com o pecado e pensam do pecado levianamente. Cristo, com tudo pelo que Ele passou de todos os juízos de Deus, atravessou para nos dar uma saída, e não devemos fazer leviano o que Ele sofreu, o nulificando por qualquer adultério com o pecado. Adulterar com o pecado é fazer como se Cristo nunca tivesse levado esse juízo e feito essa saída. É desfazer toda a obra de Cristo e menosprezar Seus terrível sofrimento, e Deus nunca pode nos manter inculpáveis se fazemos isso. Agora sofra a palavra forte, a palavra que amarra a cara como também a outra palavra. Nos deleitamos e gloriamos nas coisas boas, mas isso nunca deve nos levar a abstermos de destacar a responsabilidade que recai sobre nós em vista do sangue de nosso Senhor Jesus.

Fora da Lei

“Agora”, diz o Apóstolo, “a força do pecado é a lei”, e como sabemos, a morte de Cristo é vista em Gálatas ser o caminho fora da lei. Agora uma breve palavra sobre isto. O assunto da lei não é muitas vezes interessante para as pessoas, provavelmente porque eles não o entendem muito e mentalmente quase invariavelmente voltam para os Dez Mandamentos e pensam disso como a lei. Agora, este assunto sim nos interessa numa maneira muito prática, como deveria, e você sabe amado que um não gosta mais do que a maioria das coisas só dar doutrina. Se existe uma coisa contra a qual todo meu ser se revolta, é só transmitir ensino como ensino; o valor prático de algo é supremo comigo, de modo que eu não estou tentando tocar em alguma coisa sem real valor prático.

Você poder ter lei cristã tanto quanto lei mosaica. Você pode estar em escravidão no Cristianismo tanto quanto no Judaísmo. O Cristianismo pode ser um sistema imposto com “farás” e “não farás”, tanto quanto a lei mosaica, e existe tantos cristãos hoje que estão com medo do Cristianismo, por assim dizer, quanto haviam judeus que estavam conscientes do peso mortal da lei imposta sobre eles. Quanto existem que estão em escravidão à lei cristã, cujas consciências são um horrível pesadelo para eles no Cristianismo. É muito abençoador cantar “Livre da lei, oh feliz condição” quando você está pensando lá no Judaísmo, mas é infinitamente melhor ser livre para cantá-lo em relação ao Cristianismo. Isso precisa explanação. É o Cristianismo para nós em qualquer degrau um assunto do que devemos fazer e do que não devemos fazer, e se não fazemos o que devemos fazer, e se fazemos o que não devemos fazer, perdemos a nossa paz de consciência, nossa paz da mente? É isso? Significa isto: posso tomar esta Bíblia e posso dizer, aqui está a perspectiva de Deus para sua vida; está tudo aqui, Velho Testamento e Novo Testamento, o padrão de Deus para sua vida, é muito exaustivo, muito minucioso, e você descobrirá que nenhum ponto de sua vida permanece intocável por ele. Tem algo a dizer sobre tudo – tire isso, Deus espera que você viva de acordo a isso! Qual é sua reação a isso? Tente-o, e muitas pessoas o estão tentando. Eles estão tentando viver de acordo ao Novo Testamento e não pode ser feito. Não pode ser feito dessa maneira. Lhe digo, amado, que se você vai tomar a Bíblia e tentar viver de acordo a ela você será muito melhor aconselhado deixá-la sozinha. Não faça a tentativa. Você voltará muito triste em pouco tempo se essa é sua linha; e no entanto multidões de cristãos o estão tentado. Essa é uma maneira de pregar o padrão de Deus. Tenho lhe dado o Livro e lhe falado o padrão de Deus, e você tentou e descobriu que condena, condena, condena mais do que qualquer coisa; o único efeito que tem sobre você é o de fazer você sentir qual coisa infeliz miserável você é, e quão impossível você é, esse é o efeito desse ponto de vista.

Qual é o outro? Lhe trago, não um Livro mas uma Pessoa, e essa Pessoa tem vivido de acordo a esse padrão, cumpriu absolutamente cada minuto de demanda com o mais absoluto sucesso, satisfez Deus ao máximo sob nossas condições de vida. “À nossa semelhança, foi tentado de todas as formas”, submetido a todas as provas, em espírito, em alma, em corpo; provado sob todas as condições interiormente e exteriormente, e passou pelo que você e eu nunca teremos que passar. Nós nunca conheceremos a profundidade de Suas tentações, dos Seus sofrimentos de alma, daquilo que provou Ele para fazer com que Ele Se desviasse do caminho da obediência; nós nunca conheceremos a mesma medida, uma medida muito além da que jamais poderemos conhecer. Ele foi sujeito até o último teste de toda a vontade de Deus, e triunfou, teve sucesso, satisfez Deus, e tem, portanto, saído da esfera da lei. Ele tem substituído a lei, na saída que Ele fez pela Sua morte, a lei não tem poder sobre Ele, não tem mais poder sobre Ele, Ele está muito acima da lei agora como a lei. Essa Pessoa, essa Pessoa viva em toda a virtude e teor, o poder, desse triunfo completo, eu trago a você e digo, Deus em Sua grande graça, sabedoria e amor tem oferecido permitir essa Pessoa viver em seu coração pelo Espírito Santo em toda a virtude da Sua Cruz. Ele está lá, no Espírito Santo, Ele está lá com tudo que Ele realizou na Sua possessão, vivendo no interior, e digo, se você render totalmente sua vontade, seu coração, sua mente a Ele, se você permitir que essa Cruz no seu lado mortal seja plantada na esfera de sua mente com todos seus pensamentos e juízos independentes; seu coração com todos seus desejos e afeições; sua natureza inteira; sua vontade com todas suas escolhas, seus costumes; se você permitir a Cruz ser plantada lá para cortar você de você mesmo para Ele, e você se render, obedecer e continuar com Ele, e cooperar com Ele enquanto Ele testemunha em você a Sua vontade, você não precisa se preocupar acerca do Livro por mais tempo.

(Há um pequeno ponto que precisa de proteção. Fiquei consciente de que depois do que disse acima, mais deve ser dito, e descobri posteriormente que outros reconheceram a possibilidade perigosa da inadequação. Quero corrigir isso imediatamente.

Disse que se o Senhor, como a perfeita personificação da vontade de Deus estivesse residindo no interior, e estivéssemos em comunhão viva com Ele pelo Espírito Santo no interior, não precisaríamos de nos preocupar acerca do Livro. Agora, você vê a possibilidade disso, que pode ser construído que eu estava dizendo que você pode ignorar as Escrituras. Eu não disse isso, e não quis dizer isso. Quis dizer isto, que você não precisa de se preocupar acerca do Livro. Isto é, se o Senhor está falando Sua vontade em você, você corresponderá ao Livro, você não será contrário ao Livro, e um realmente estava tentando contrastar toda a diferença entre tomar o Livro do lado de fora e lutar para viver a ele em vez ter ao Senhor do Livro dentro ajudando você a viver de acordo a ele.

Existem coisas que não são erradas nelas mesmas, mas às vezes elas podem ser erradas por causa de um irmão com uma consciência delicada. Não há lei escrita acerca disto, mas o Espírito Santo falará em nós quanto à vontade do Senhor no momento. Isto é sobre o que Paulo escreveu aos Corintios em conexão com comidas e bebidas).

Você não precisa de se preocupar acerca da lei por mais tempo, você é livre da lei, você está acima da lei, você tem a lei de Deus escrita no seu coração, “escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração”; a lei de Deus escrita lá, e você conhece a mente do Senhor acerca das coisas, e o que é mais, o poder está lá para fazer. É interno: observe a diferença entre o Livro e uma Pessoa, entre Cristianismo como algo ao qual viver de acordo, e Cristo vivendo no interior. Livre da lei. Confio em que você será capaz de entender o que vou dizer. Para um crente nunca é uma questão do que os outros pensam que você deve fazer, ou não deve fazer; de padrões aceitos de coisas; nunca é um assunto de que você deve fazer isto ou você não deve fazer aquilo, você não deve andar num veículo no Domingo, você não deve fazer isto e aquilo, e um monte de outras coisas.

Todo esse sistema de coisas deveria ter acabado para você e para mim. Amado, a questão de andar num veículo no dia do Senhor e todas essas outras questões legais deveriam ter sido exterminadas como fatores legais. O que é a lei para nós? “Senhor, que queres que eu faça?” Isso é o Senhor falando em nossos corações, não lei imposta sobre nós do lado de fora, mas o Senhor dando a conhecer em nossos corações o que devemos fazer. Temos a lei nos nossos corações. Quero que você veja isto. O Senhor Jesus abraçou toda a vontade de Deus em cada ponto, em cada assunto, e o aperfeiçoou em Sua própria Pessoa. Agora Ele, como a vontade aperfeiçoada de Deus, vem para residir em nós na presença e poder do Espírito Santo, para exercitar essa vontade aperfeiçoada de Deus, não para nos pedir para lutar por alguma coisa, mas para exercitá-lo em nós como um poder, não como uma imposição obrigatória de algo sobre nossas vidas, mas como uma força viva no interior. A diferença entre a verdade do Velho e Novo Testamento é simplesmente esta, que no Velho Testamento era algo apresentado e as pessoas gemiam sob seu peso para tentar cumpri-lo; no Novo Testamento é Alguém residente no interior, O qual é perfeitamente capaz de viver de acordo à vontade de Deus, e de nos levar até a altura desse padrão ao operar no nosso interior tanto o querer como o realizar de Sua boa vontade. Tudo muito simples e elementar novamente, mas oh para que o povo do Senhor saia através da morte de Cristo porque através da Sua morte vemos Ele fora da lei, e essa pode ser, como disse, cristã quanto judaica. É vida, não legalidade.

Fora da Carne

Agora o que é verdadeiro do pecado e da lei é também verdadeiro da carne. A morte de Cristo foi uma saída da carne, isto é, como eu entendo a palavra no Novo Testamento, todo o corpo da natureza, todo o corpo da natureza do velho Adão, essa é a carne. É uma coisa, é claro, ser livre do pecado em sua culpa e no seu juízo, é algo mais ser livre da carne, do corpo da natureza, e a Cruz de Cristo foi uma saída disso, Sua morte foi uma saída disso. Se você olhar os Gálatas outra vez você verá como isto foi assim. Gálatas 5:19, “Ora, as obras da carne são manifestas, imoralidade sexual, impureza e libertinagem. Idolatrias e feitiçarias; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoismo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e tudo quanto se pareça com essas perversidades”. Agora divida elas. Aqui você primeiramente tem, pecados físicos grossos; imoralidade sexual, impureza, libertinagem; depois você tem disposições malvadas, ódio, dissensões, ciúmes, ira e discórdia; depois você tem formas de intriga religiosa: facções, partidos sectários; depois você tem elementos sobrenaturais maus, Satanás em idolatria e feitiçaria; e depois em quinto lugar você tem autoindulgência em embriaguez e orgias. Agora é claro, tudo isso é facilmente reconhecido, e a maioria dos crentes imaginam que estão completamente livres de andar após a carne porque eles pensam da carne como as formas grossas de aqui, mas não sabem que mesmo aqui há um desafio. Podemos não cair sob a primeira categoria de carnalidade grossa, ou pecado físico, fornicação ou impureza, mas me pergunto se “contenda” nos desmascara? Gostaria de saber sobre “ciumes”, “ira”, (essa é uma palavra melhor do que um temperamento ruim, não é?) Quando nós, “em nossa integridade moral”, dizemos que ficamos bastante indignados, não queremos dizer que ficamos com um temperamento ruim, mas muitas vezes é a mesma coisa. As obras da carne são contenda, não se dar bem um com o outro, e se você procurar existem razões carnais pelas que um não se da bem com o outro, e isso se aplica aos crentes. E mau gênio, ira, está no plural aqui, temperamentos ruins, obras da carne. O deixaremos passar. “Ciumes”. Podemos não chamá-lo por esse nome, deveríamos odiar ouvir esse nome ser aplicado.

Estas coisas religiosas também. Facções, divisões, partidos; obras da carne. É isso verdadeiro? Explica isso tudo isto? Pode ser afinal que em partidos sectários a carne está na raiz? É claro que não sempre é verdadeiro, mas devemos ser muito honestos conosco para ver isso sobre nenhum terreno diante de Deus além de sobre o terreno do principio espiritual mais puro, mais transparente, claro como o cristal. Não deve ser que por causa de que não conseguimos nos dar bem com outras pessoas nos separamos delas; não por causa de algum elemento miserável de desafeto: que se não conseguimos nos dar bem com pessoas nos separaremos delas, em vez de lidar com o motivo pelo qual não conseguimos nos dar bem com elas, e tendo a Cruz introduzida lá. É a coisa mais fácil no mundo, se não conseguimos nos dar bem com pessoas, separarmos delas. Algum interesse pessoal lá talvez, algum desejo ou querer nosso, porque não o conseguímos ter de nossa maneira. Esta Palavra diz que essas são as obras da carne, resultando em facções, partidos sectários e divisões, a carne! Ora, a palavra que está aqui em Gálatas é esta, que a morte de Cristo foi uma saída de tudo isso, e isso quer dizer que, bendito seja Deus, podemos ser libertos de tudo isso, mas significa que estamos contradizendo a morte de Cristo se existir algo disso. Estamos negando a Cruz se houver algo disso. Estamos trabalhando contra toda a obra do Calvário de Cristo se houver algo disso. Se pode ser dito em qualquer uma dessas, ou em qualquer outro aspecto, a carne está lá, a carne provocou isso, não conhecemos a Cruz; amado, não conhecemos Cristo se isso for verdadeiro. Cristo nos tem levado Nele mesmo para fora disso; fora de tudo isso, e não devemos voltar a viver lá. Oh que vejamos quão poderosa esta cruz de Cristo é, para nos tirar de todo o corpo da carne, para nos tirar diretamente pela Cruz. Ora, Cristo em nós pelo Espírito Santo significa que todas essas coisas da carne devem ser golpeadas, devem ser trazidas conscientemente como sob juízo, devem ser reveladas como julgadas de Deus e sendo reveladas como julgadas, devemos ver que nossa união com Cristo na morte é nossa união com Ele ficando fora de tudo isso. Se então, estas coisas estão lá, qualquer uma delas, temos que simplesmente dizer que estamos ainda dentro e deveríamos estar fora. Não temos ainda apreendido Cristo, não temos visto o Senhor.

Fora do Mundo

Agora uma palavra de encerramento, pois o que é verdadeiro nestes três aspectos é verdadeiro com respeito ao mundo. Fora do mundo; e Paulo aqui nesta carta aos Gálatas clama, “Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo”. Fora do mundo! Você consegue capturar o tom no brado de Paulo? “Longe esteja de mim gloriar-me” - gloriar-me em que? Que pela Cruz de Cristo tenho sido inteiramente tirado do mundo; é como um mundo morto para mim. Qual é a atitude que parece manter-se com tantos, mesmo cristãos? Que eles simplesmente se agarram tanto do mundo quanto podem sem perderem a paz de espírito deles, sem terem suas consciências perturbadas. Se eles podem ter isto e não serem compelidos a desistir disso, e se a outra coisa não envolver alguma incomodação da paz interior deles, bem, eles gostariam de mantê-lo, eles gostariam de ficar lá. Mas Paulo diz, “Esteja longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”. Se gloriando, não tanto no fato de que ele pode ter muita coisa do mundo com paz de consciência, mas de que ele saiu fora do mundo. Cristo, pela Sua morte, nos liberta dele, e tudo volta a esta questão principal inclusiva, o que é Cristo para nós? Me regozijo de que tenho obtido uma resposta muito boa aqui nesta tarde nesta companhia! Um maravilhoso feriado, o mundo na farra procurando seus prazeres, você está aqui encerrado numa sala lotada. Por que você está aqui, amado? Por que você não está lá fora, porque razão você não foi se divertir (?)? Porque você não está no mundo, o Senhor Jesus é sua atração, você está satisfeito, você está aqui porque Ele é mais do que o mundo todo. Ele tem provado ser nossa saída. Sim, nós gostaríamos de dar um passeio de carro, sair no sol e desfrutar disso, mas quando chegamos a encará-lo deliberadamente e francamente, e dizemos, “será que vou para a conferência ou vou para o campo e ar livre?” Percebemos que o nosso coração não nos deixará ir; o veredito está aqui por razões mais profundas do que a natureza. Pela Sua morte estamos fora, mas lembre que esta é a única maneira de viver no mundo.

A única maneira possível de ficar neste mundo para crentes é que eles estão fora dele! Veja o significado disso. Não podemos ficar nesta terra se temos algo mais do que esta terra, este mundo. Se não tivéssemos, bem, com as coias ficando como estão ficando justamente agora no mundo, amado, com a mania do suicídio, a pressão, os corações dos homens lhes falhando por medo das coisas que estão vindo sobre a terra; a única maneira para viver neste mundo é estar fora dele, ser liberto dele; podemos viver aqui então. Podemos voltar a ele num sentido, quando não somos dele e nosso destino não está associado a ele, temos sido libertos! Você está fora? Tão fora que você está perfeitamente satisfeito com o Senhor Jesus? Dissemos nesta manhã que tudo na vida cristã está associado à Pessoa de Cristo, e o poder está relacionado à Pessoa, não à verdade, doutrina, ou conhecendo leis no Cristianismo, mas a Pessoa; e volta lá, que é Cristo para nós? Tem Ele provado ser nossa saída do pecado, sua escravidão, seu juízo, fora da lei. É isso calculado para destruir toda nossa paz de consciência, nos sujeitar a um peso? Fora do corpo da carne, que estraga tudo. Fora do mundo? Bem, agora Cristo em nós é para esta única coisa, que o que é verdadeiro positivamente Nele deve ser verdadeiro continuamente em nós. A aplicação da Cruz pelo Espírito Santo de Cristo crucificado é justamente para nos tirar amado, diretamente de sobre tudo o qual morte e juízo recai. Temos que ainda ver muito mais, o que a morte significa, e depois a ressurreição e ascensão. O Senhor faça isto, de todos os modos, muito real para nós.

Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.